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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mãe

Surgem agora à minha volta uma quantidade de futuras mamãs que já se encontram com barriguinhas bastante proeminentes, prestes mesmo a dar à luz um novo ser, o que é maravilhoso pela magia de todo o processo mas também pelo nosso pequeno país envelhecido. Fico muito contente !
Mas a estória que hoje conto não é assim tão bonita e maravilhosa, é porém um outro lado da questão do amor entre mãe e filho, uma estória de um homem que perto do fim da sua vida escreve à sua mãe...traduzindo será mais ou menos assim:
«Mãe, agora que repouso, penso de novo no que me atormentou durante toda a minha vida...assim como pensei todos os dias que vivi e sozinho chorei...
Amaste-me de uma forma estranha, que nunca consegui compreender com a clareza necessária, mas Mãe não gostei do que senti.
Assim que nasci o teu primeiro acto de amor foi tentar contra a minha vida. Apertaste o meu pequeno e frágil pescoço na tentativa frustrada de acabar com algo que te traria sofrimento e prisão. Mas sei lá porque razão vivi, mas nunca mais suportei que alguém me tocasse no pescoço, mesmo que carinhosamente tentasse. Obrigado por isso, senti bem!
Depois do teu grande acto de amor deixaste-me, abandonaste à sorte que a vida me traria. Obrigado uma vez mais pelo teu acto generoso de bom coração!
O abandono foi até o melhor que conseguiste fazer, mais não te ditava a alma e esse sentimento de ódio que tinhas por mim.
Vivi toda a minha vida na esperança frustrada de te encontrar; sabia que tiveras mais filhos, ou seja que teria assim irmãos. Nunca os conheci, mas sempre os senti perto.
Agora questiono ainda porquê eu ? Não eles, eu....eu . Bolas como os queria conhecer, ter brincado com eles...Obrigado também por me teres escolhido a mim para ficar longe....
Vivi para os meus filhos, para os corações que me acolheram no regaço, e amaram sempre, mas não te conheci...
Quebrei esse ódio de mãe para filho, amando os meus mais do que a mim mesmo, acima de qualquer circunstância, e fi-lo sem pensar, com o coração apenas senti ser assim que se ama um filho, não sei se é, mas penso que sim. Afinal não conheço o que é receber o amor de mãe....
Mas ainda assim, após tantos anos de sofrimento, de buscas pelo amor perdido, da procura por alguém que não sa sabe existir, gostava de te encontrar. Não temos tempo agora eu sei, mas tivémos muito, muito tempo Mãe. Desejo encontar-te sim, nem que seja apenas para retribuir o teu grande gesto de amor, o primeiro que conheço e que recebi assim que nasci, uma esganadela no pescoço....ou talvez não. Mas Mãe, amo-te»

Bem, posto isto não há muito a dizer, apenas reflectir que nem sempre existe o Laço que une dois seres do mesmo sangue, o que é pena, mas acontece e esta estória acaba por ser familiar...

Help!?

Ao longo da minha curta vida neste planeta, deparei-me com os mais diversos tipos de pessoas ( e certamente ainda desconheço alguns...). Pessoas essas que se cruzáram no meu caminho, ou eu no delas, dependendo da perspectiva, de forma natural outras nem tanto...
Poucas permanecem no meu presente pelos mais diversos motivos, mas as que permanecem são as que realmente me importam, que têm significado na minha e para a minha existência.
Aprendi bem cedo, que qualquer ser humano é capaz de fazer tudo, tudo mesmo...e todos nós não podemos afirmar com certeza que não faremos ou tomaremos determinada atitude ou reacção.
Aprendi que a única forma de se sobreviver neste mundo é sendo amado, tendo essa premissa como garantida dá-nos força e estabilidade. Vejo esse amor apoiar muitas vidas e presencio diversas vezes ao resultado que daí advem. É sempre bom...
Mas a par de toda a generosidade e da capaciadade que o ser humano tem de amar, também facilmente repudia esse mesmo amor, através da ingratidão, da incapacidade de perceber que alguém esteve a seu lado, e do seu grande orgulho.
É isso, descobri que o homem é o ser mais orgulhoso que possa existir e talvez seja isso que nos distingue dos nossos queridos animais...não acredito que estes não desenvolvam sentimentos idênticos ao amor.
O homem guarda o orgulho na sua barriga e é esse mesmo orgulho que o alimenta diáriamente. Não é bom, não é saudável e acima de tudo é algo mortifero, para si e para os que o rodeiam.
Nos últimos anos, ajudei de diversas formas muitas pessoas. Monetáriamente (a mais fácil), emocinalmente e claro escutando, ouvindo, trabalhando, auxiliando, tranquilizando, sem receber nada, nada mesmo em troca.
Aos meus ouvidos chegaram palavras de quem realmente precisava de ajuda e de quem pura e simplesmente pretendia tirar algum partido da minha boa vontade.
Facilmente me comovo com estórias dramáticas, que envolvem sentimentos, perdas....oiço, ajudo, dou tudo o que tenho e faço o ímpossivel para dar o que não tenho.
Depois, mais tarde, chego sempre à mesma conclusão; não vale a pena...
Esse necessitado ( o que precisa de ajuda) nem sempre precisa dela, só pretende mesmo atenção, projecção e oportunidades, mais nada. Senta-se à mesa, chora, come, leva ainda as sobras para casa, suja tudo à volta e depois no dia seguinte cospe no pratinho que no dia anterior o alimentou...pois são assim algumas senhoras de hoje em dia(não todas, para nosso bem!), já lhes falta a delicadeza de outrora, de quando nem direitos tinham....(por bem hoje temos alguns...)
Todos estes factos são realmente uma pena de acontecerem...tornaram-me numa pessoa mais dura, insensível e desconfiada, com pouca capacidade de audição, se é que me entendem...mas não seremos todos assim? Adultos egocêntricos, egoístas, inflexiveis? Gente crescida.....(de corpo, claro!)
Hoje só dou atenção a quem quero e não a quem acho que precisa, pois sei que estarei de novo a cair na mesma conversa do coitadinho e desgraçadinho que não tem dinheiro para se divertir...ops...para comer.
Dói-me ser assim, mas talvez me passe um dia, quem sabe se não serei também um caso de sucesso prodigioso e nada disto me afecte, sim porque se formos ver bem as coisas o que dirá o nosso querido Cristiano e outros assim, quando têm bandos de ....a picar no seu bolo pelo qual arduamente trabalham. Deve doer-lhe também ser imune a tudo isso mas é para essas situações que são criadas as vacinas, e por isso mesmo posso dizer que fiquei vacinada.
Chegou a hora de procurar as raízes, daqueles que estiveram e conviveram comigo mal sabiamos falar, sabemos assim que procuramos não só a infância como principalmente a sua inocência e graciosidade. O resgate desses tempos outrora vividos é deveras fantástico e relembra tudo o que se viveu, de bom e menos bom. Lembra as amiguinhas, os colegas, os professores, a simplicidade da vida e os medos próprios da infância. Na altura esses medos não sabiam bem, agora quase não nos lembramos deles. É sempre assim...esquecemos a parte menos boa da vida e é isso que nos permite seguir caminho, ou pura e simplesmente parar, que é sempre uma opção válida.
Ainda assim deixo um beijinho a quem mereçe (as fofinhas)e sabe disso...