Bem, faltam-me apenas 2 meses para acabar as minhas "conversas" sweet spark e até lá queria dizer tudo o que penso, por vezes a vontade seria dar nomes concretos às coisas, mas a realidade por vezes assim não permite. No entando veladamente vou dizendo algumas coisas, quem me rodeia percebe o que digo e é isso que me importa. Daqui a alguns anos existirão vários textos meus, vão manter vivas as minhas opiniões, pelo menos as que tenho precisamente agora.
Começo o dia com bastante dificuldade em acordar, não sou daquelas pessoas que acorda às 7 horas com a melhor disposição do mundo, mas em pouco tempo o meu humor melhora e depois acaba por ficar recuperado.
Crianças na escola, e depois pequeno almoço, mais ou menos tranquilo....e o que faço é dar uma vista de olhos pelos jornais. Tento não ler as más notícias, por isso é raro ler algum jornal hoje em dia....mas hoje levei um muro no estômago!
Em 2007 fica aprovada uma "lei" que legaliza o aborto consentido até às 10 semanas de gestação. Na altura do referendo votei não em plena consciência de saber o que é legalizar algo. É de facto permitir a torto e direito um facto.
Os dados fornecidos na informação fizeram-me chorar. Não imaginava nos meus mais terríveis pesadelos que os números seriam tão elevados. Sabia que seria um fartote, mas tanto...
Ora aqui ficam os números, para que daqui a alguns anos não nos esqueçamos deles:
19436 interrupções de gravidez; 18911 por opção da mulher....depreendo que os restantes 525 casos tenham sido casos em que não existiria alternativa médica para a normal evolução da gravidez.
São maioritáriamente mulheres entre os 20 e 34 anos sendo que 101 casos são de raparigas com idade inferior a 15 anos.
Até aqui eram os números que me assustavam, depois...bem.
Do total de IVG praticadas em 2010, 5861 foram praticadas na famosa clinica dos arcos. Outros tantos em outras clinicas particulares.
Foram encaminhados para esta clinica 4383 casos pelo nosso querido SNS. Sendo que pagam por cada IGV 500€ totaliza quase 2,2 milhões de euros.
Fica então a dúvida a quem o nosso sistema pretende defender, ou trata-se de um mero negócio?
Para os tratamentos de infertilidade não existem verbas, será necessário um referendo para legalizar uma lei de legalização de tratamentos de fertilidade????
Ora se essa verba dispendida em acabar com vidas humanas fosse aplicada nas vidas dessas mães que por vezes se encontram em situações de miséria e não têm outra alternativa, por mães que foram abandonadas pelo companheiro, pela familia, pela sociedade em geral, mães que poderiam ser boas mães. Enfim transformar-lhes a vida, dar um pequeno empurrão! Tenho a certeza que muitas vidas, as das crianças e das suas próprias mães iriam mudar e para melhor.
Mas tristemente vivemos ainda numa sociedade que penaliza a mãe, a sua condição.
Por que raio tem uma mulher de ser mãe, trabalhar pelo menos 8 horas, cozinhar, limpar a casa, tratar dos filhos, carregar 9 meses um ser , sempre a trabalhar, deitar-se cansada e ainda ter de aturar o marido?
Onde está a igualdade?
A minha esperança é verificar que existem muitas excepções, sou uma delas, mas com muito esforço consegui isso, o direito de não ter de trabalhar 8 horar se não conseguir ( tudo bem que em outros dias as 8 horas são 12, 13, 14, 15..., mas outros podem ser 4 ou nenhuma...), não me sinto obrigada a cozinhar ( a verdade é que posso ter jeito para muita coisa mas cozinhar não é um dote meu...sopa, salada, enfim morriam à fome), não me sinto obrigada a limpar a casa, faço porque quero, como quero, quando quero, trato dos filhos com o maior gosto, mas dividimos essa tarefa muito bem, deito-me cansada e sou respeitada, e só aturo o meu marido quando quero, e vice-versa. Aturamo-nos muito bem, juntos na vida 1/2 da nossa existência, é quase como se fossemos 1 só pessoa. Assim é carrega ele o peso a mais que eu carrego a menos, em tudo.
O outro aspecto, carregar uma criança 9 meses é realmente o que me atormenta...não foi fácil o período de gravidez, e em perspectiva futura, também não será. É um período de análises constantes, de exames, de tormentas, de verdadeiro pânico, no dia D tudo corre bem e é um alívio ver a perfeição e o milagre nas mãos!
Tenho de admitir, não sou uma daquelas grávidas que tem gosto em mostrar a barriga, a maminhas a rebentar, com enjoos constantes, pernas inchadas. O meu corpo não aguenta muito bem essa tarefa, mas ainda assim consegui ter as duas luzes da minha vida....só espero mesmo a terceira.....e espero....
Bem, continuando a parte das gravidezes que foram interrompidas em 2010, constatei que 1628 foram na minha querida MAC, e outras 1696 em mais duas maternidades do país.
Bolas! Não são maternidades?????É suposto nascerem aí crianças, não o contrário! Mais um murro!
Depois segue-se mais uma pérola: 251 mulheres interromperam a gravidez mais do que 3 vezes e destas , 4 interromperam 10 vezes! O que penso é que estas mulheres têm graves problemas de fertilidade....fertilidade a mais, mas para isso há remédio....talvez um remédio mais barato e duradouro do que o método contraceptivo que nelas não funciona...laqueação de trompas. Não precisam delas mesmo!
Segue-se então o pensamento dos direitos do ser humano. Ora se um ser humano tem direito à vida, esse bebé tem também (sim não me digam que com 10 semanas não é ser humano! Eu vi os meus bebés com 10 semanas e via-se tudo, principalmente uma pequena bolinha a pulsar....o coração!) E como bombava o coração! Chorei a rir e a rir chorei....parecia um cavalo de corrida em plena competição, algo mais lindo e fantástico neste mundo!
Agora se falarmos, ai não podemos laquear as trompinhas desmedidas dessas mulheres que tornam o aborto num método contraceptivo, porque vai contra os direitos do ser humano. Que hipocrisia! É mais fácil assim certo, e rentável para alguns também claro!
Pena tenho das mulheres que o fazem sem verem alternativa, sem lhes ser dada a oportunidade de terem os eu filho nos braços, sem serem assim protegidas, elas e as crianças. Crianças essas que nos farão muita falta no futuro próximo, a nós e ao nosso país.
Não me alongo mais na minha opinião. É apenas esta!
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