Bem....o que gosto menos? Na realidade de pouca coisa....mas de facto não gosto mesmo de doenças. mais precisamente de estar doente....
Para alem do mau estar que isso acarreta existe também um sentimento de impotência, uma fragilidade enorme e a triste sensação de que todos estão com pena de nos.
Novos, velhos todos ficamos doentes e só damos o devido valor quando essa sorte nos calha também, seja pelo facto de estarmos doentes ou por termos de cuidar de alguém doente, muitas vezes unem-se as duas situações e aí tudo se complica ainda mais.
Vejo isso todos os dias, vejo uma senhora que tem os seus dias contados mas que corre por viver, acode ao seu pai também ele moribundo, vai as aulas, brinca e salta....mas depois chora como um pequeno bebe pois esse seu esforço não é mais do que isso , um esforço por manter a sua mente ocupada sem assim pensar na sua desventura.
Vejo a mãe com o coração nas mãos esperando pela operação do seu filho, sem saber o que dali vai acontecer depois....e depois como será? Trata-se de um problema com que grau de gravidade? De facto não interessa a gravidade mas sim todo o sofrimento que antecede a tempos de angustia e de espera.
Vejo a mulher que sabe que tem que se tratar e que adia isso para um dia menos frio, um dia mais longo um dia mais porque todas as desculpas servem para adiar....mas os dias passam quer se queira quer não e assim tem que encarar a verdade por pior e mais cruel que seja.
Vejo ainda o meu tio doente, a quem dei a mão,uma mão enrugada que fora outrora a que me amparara na praia. Uma mão já sem força mas tão suave ao mesmo tempo. Nunca me esquecerei dessa mão, desses últimos momentos de calor, desse ultimo adeus. Depois veio a Paz.
Assim espero que algo que eu deteste...a doença...não passe disso mesmo, de uma palavra à qual se segue a Paz....
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