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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Será?

Hoje, para além dos afazeres todos, convites para cá, papel para lá, computador e outros que tais, dei-me a pensar um pouco nas situações da vida menos agradáveis. Se existem dias em que os pensamentos são sempre positivos, também tenho os dias em que os pensamentos ficam nublados.
Assim foi hoje. Pensei nas diversas situações relativamente recentes em que tanto dei de mim a algumas pessoas, a alguns acontecimentos, o tempo que despendi com elas, o esforço de que elas seguissem por bons caminhos, o esforço fisico também em que andei de um lado para o outro, procurando atingir os objectivos que essas pessoas procuravam, as palavras que gastei e que provalvelmente terão sido proferidas em vão, os cconselhos amigos e honestos que dei, as viagens que fiz, os filhos alheios que cuidei como se fossem meus, a cama e carinho que distribuí, a procura do bem estar dessas pessoas....no fim verifiquei que me preocupei mais com elas do que elas próprias, que levei a sério fazer o que era necessário, que encarei as tarefas com responsabilidade e determinação. A verdade é que as obras foram feitas, as casas remodeladas, os negócios expandidos, os carros comprados, os filhos tidos, alguns casamentos ou namoros acabados, namorados trocados por outros mais giros, as carteiras passaram a ser de marca....e de onde veio isso? Je, moi...
O que era grave afinal não passava de um amuo, as dificuldades escolares das criancinhas foram ultrapassadas (mesmo chumbando), as férias continuaram a ser a torrar ao sol, mas reflecti...o que de facto mudou nessas vidas das pessoas que por mim passaram?
Concluí com algum esforço, que essas vidas continuaram a ser a mesma vida sem nexo, uma vida a passar por cima dos outros, uma vida a viver à conta dos outros, uma vida de "ai sou coitadinho", uma vida de "vou de férias para o Algarve", uma vida de continuo a vender o mesmo que vendia, uma vida de o que faço hoje era o que fazia ontem, uma vida em que o objectivo é ter uma máquina fotográfica superior à dos demais, um carro masi potente, uma loja mais gira e melhor, trabalhos melhores, enfim resumindo futilidades melhores. Isso e apenas isso.
No entanto, quem aprendeu verdadeiramente fui eu. O valor que dava a determinadas coisas que hoje percebo que posso bem viver sem elas, o valor que passei a dar à vida e ao respeito por ela, a certeza de que somos uma familia estruturada e feliz, a certeza de que quero algo a seu tempo e que é esse tempo que tenho de respeitar também. Aprendi a não olhar para o rosto e a ver o que está por detrás dele e a apurar a minha intuição relativamente às pessoas que conheci.
Percebi que, o que pensava ou sentia relativamente a essa pessoa era de facto o que ela era, a avaliação da minha intuição havia sido bem feita, que os meus sentidos estavam correctos quando diziam "alto, esta pessoa não".
O primeiro impacto foi o último até então. As reticências que tinha relativamente à pessoas tornaram-se assim certezas. Isso deixou-me finalmente em paz. Tinha medo de estar a fazer julgamentos errados, quando afinal estava certa.
Há algum tempo ouvi uma frase, penso que num programa da Oprah ou do Dr. Phil ou outro que tal....que quando temos dúvidas a resposta é não. Pois então é isso mesmo que aplico hoje.
Se dúvido de determinada pessoa, não me aproximo. Se duvido comprar a mala, não compro. Se duvido ir por aquela estrada, não vou. Se duvido dizer algo, não digo.
Faço então o que tenho a certeza, embora porém essa possa ser errada. Mas no momento da avaliação era para mim uma certeza.
E isso foi muito bom para organizar a minha lista!
Ora :
Será que ela gostava de mim porque gostava, ou para se aproveitar do meu trabalho? Não, não gostava.
Será que eles gostavam de nós mesmo ou queriam apenas a casa remodelada e os filhos tratados? Não, não gostavam.
Será que ela foi verdadeira e honesta quando dizia mal de quem agora lambe os pés? Não, não foi verdadeira.
Será que ela precisava mesmo da oferta generosa que lhe fiz para levantar a moral? Não, não precisava.
Será que ela precisava mesmo do dinheiro que lhe dei? Não, não precisava.
Será que me contou a verdade mesmo em relacção ao mal-entendido? Não, não contou.
Será que devo confiar nela?Não, nem pensar.
Será que dá valor ao meu trabalho?Não, não dá.
Será que aquele estúpido não tem problemas na consciência por ter vendido gato por lebre?Não, não tem.
Será que ela entendeu que a estava realmente a ajudar quando o desemprego lhe bateu à porta? Não, não entendeu.
Será que ela não viu que eu fazia o que fazia com dedicação, com veradeira paixão, sem olhar ao lado material? Não, não viu.
Será que ela colocou alguma fez a mão na consciência e analizou a sua conduta, a forma que usa e abusa das pessoas que a idolatram?Não, não colocou.

E podia continuar por muitos "serás", mas isso traria à minha memória mais situações do que as que fervilham e isso não é de todo necessário, porque nenhuma destas pessoas o mereçe, e nenhuma delas faz ou fará mais parte da minha vida. Podemos até cruzar em alguns pontos, mas não sinto nada por elas. Serão transparentes, sem cor, sem cheiro, um vazio.

No entanto, dou graças por ter conseguido encontrar tantas certezas, pois a negação de uma dúvida passa a ser uma certeza....e também por ter encontrado pessoas que de certa forma partilham da mesma opinião e estão também já "escaldadas" com situações idênticas.

É com certezas que tento deitar a cabeça na almofada, certezas mais suaves quase garantidas, como "tenho a certeza que amanhã faço isto" ou seja transformar tudo numa lista e com certezas colocar um visto à frente.

Mas citando de novo o meu querido Fernado....

"Os burros têm certeza.
Só os burros têm certeza.
Porque só os burros têm certeza?
Porque só os burros não conseguem perceber as outras dúvidas envolvidas na questão.
Porque só os burros acham que sabem alguma coisa.
Porque só os burros não vêem o outro lado.
Porque só os burros não entendem o outro lado.
Porque só os burros têm somente uma opção a escolher, um caminho a seguir.
Porque só os burros não tem dúvidas.
As pessoas inteligentes não sabem de nada, porque esgotaram todas as possibilidades, e perceberam que não há nada certo. O certo não existe. Existe apenas a idéia ilusória de uma verdade.
As pessoas inteligentes perceberam que dependendo da situação e da pessoa, a verdade muda. O preto vira branco e o branco vira preto. Depende da luz.
Os burros sabem de tudo. Os inteligentes não sabem de nada.
Tenho certeza disso!!!"

E posto isto tenho a certeza que desta vida ainda nada sei, só sei que nada sei, sei o que vivi, o que senti, por isso as certezas passam a partir de hoje a ser intuição. Pode ser assim, ou não? E a consciência tranquila é do melhor que há...

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